Algodão brasileiro ganha mercado

Representantes de empresas consumidoras de algodão de Bangladesh, China, Coreia do Sul, Índia, Tailândia e Vietnã estiveram recentemente no País para conhecer as características de rastreabilidade, qualidade e sustentabilidade do produto. Os três maiores Estados produtores, Mato Grosso, Bahia e Goiás, estiveram no foco das visitas, informou a Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa).

De acordo com a entidade, as empresas asiáticas representam um potencial de compra equivalente a mais de 70% de toda a exportação brasileira de algodão em um ano, sendo que os países representados por elas estão entre os dez maiores importadores da commodity do Brasil, e responderam, em 2015, por quase 50% da exportação nacional da fibra. Vale lembrar que o Brasil é o terceiro maior país exportador de algodão do mundo, atrás apenas de Estados Unidos e Índia.

Para o presidente da Abrapa, João Carlos Jacobsen, qualidade, rastreabilidade, práticas sustentáveis, padrão e volume são fatores que colocam o Brasil como um dos maiores destaques no cenário internacional do algodão, e, ainda, como um dos maiores exportadores da fibra em escala mundial. “A tecnologia de ponta utilizada desde o plantio até o beneficiamento da fibra também contribui, e muito, para que a produção brasileira alcance resultados melhores a cada safra e, além disso, ainda coloca o País no primeiro lugar do mundo em produtividade em áreas de sequeiro”, explica.

Pela extensão territorial brasileira e pelo alto número de Estados produtores, existe uma ampla variedade de algodão disponível para comercialização, abrangendo uma série de mercados compradores, que, por sua vez, exigem características intrínsecas, como cor, comprimento de fibra entre outras, em diferentes níveis.

Segundo Jacobsen, uma das principais exigências do mercado internacional é a adoção de práticas sustentáveis, e a cotonicultura brasileira destaca-se como a maior fornecedora de algodão Better Cotton Initiative (BCI) do mundo, além de contar com 77% da safra de 2015/2016 certificada pelo programa Algodão Brasileiro Responsável.

No primeiro semestre de 2016, o volume de algodão exportado foi de 353.356 toneladas, enquanto as importações foram de 11.654 toneladas. Em quantidade, exportou-se 30 vezes mais do que se importou de algodão.

Dados em valor registram US$ 517.825.199,00 em exportações de algodão e US$ 16.634.783,00 em importações, o que resulta em superávit da balança comercial de mais de 500 milhões de dólares.

Historicamente, e mais precisamente nas últimas cinco safras (2012 a 2016), estão entre os principais mercados compradores do algodão brasileiro Coreia do Sul, China, Indonésia, Turquia e Vietnã, que absorvem, aproximadamente, 85% das exportações totais da fibra pelo Brasil.

Para Jacobsen, existe uma tendência de aumento da participação do algodão brasileiro no cenário internacional, principalmente nos continentes europeu e asiático. Ele destaca como um case de sucesso na exportação do produto nacional o Vietnã, que, entre 2011 e 2015, importou 102.000 toneladas a mais de algodão brasileiro, o que corresponde a um aumento de 76% de mercado em quatro anos.

A Turquia também é considerada pelo executivo como um ótimo exemplo no aumento das importações da fibra proveniente do Brasil; entre 2013 e 2015, importou 72.000 toneladas a mais, o equivalente a 75% de crescimento. No caso de Bangladesh, observa-se um incremento de 12.200 toneladas entre 2013 e 2015, totalizando 72% a mais de algodão brasileiro importado pelo país asiático.

 Fonte: Sem Fronteiras.